terça-feira, 12 de julho de 2022

A doutrina espírita interpreta a nascimento de gêmeos.

“São Espíritos simpáticos que se aproximam por analogia (pontos de semelhança) de sentimentos e se sentem felizes por estar juntos.” Mas existem causas espirituais? Sim, claro. De um lado temos os pais que, tendo essa oportunidade abençoada, poderão desenvolver o amor filial, aprender dividir uma casa, uma mesa, seus sonhos, seus planos de vida com aqueles que a vida está a presenteá-los. E a diferença para os pais entre receber um ou mais filhos de uma vez? Pouca coisa conta, a não ser o trabalho redobrado de cuidar de mais de uma criança (ufa!). No entanto, quando existe programação para dois Espíritos reencarnarem num mesmo lar, e havendo o risco de impedimento futuro de nascer um de cada vez, pode ser que a espiritualidade apresse a vinda de dois deles ou mais juntos. Quer exemplos? Fertilização artificial. Quem garante que a inseminação poderá ter bom resultado duas vezes espaçadamente? Ora, se existe a possibilidade de engravidar-se de duas crianças ou mais agora, melhor aproveitar essa oportunidade, assim todos os Espíritos são contemplados com a reencarnação ao mesmo tempo. Nessa hora a espiritualidade age de modo a apressar o nascimento de dois ou mais Espíritos, considerando a incerteza de uma segunda gravidez. Um outro exemplo é o caso muito interessante da jornalista Flávia Cintra (do Fantástico), que inspirou a personagem Luciana da novela “Viver a Vida”. Paraplégica aos dezoito anos por acidente automobilístico, Flávia Cintra não tinha esperança de engravidar. Mas para sua surpresa, nasceram duas crianças lindas e saudáveis. Uma única tacada da espiritualidade: ou enviamos os dois agora, ou fica mais difícil (ou impossível) enviar o outro depois, haja vista as débeis condições físicas da mãe cadeirante. Vínculos Espirituais entre os gêmeos: Com relação aos vínculos espirituais entre as crianças, é certo que existem. Mas pode ser de afinidade ou de repulsão. É certo que somos invariável e incontrolavelmente atraídos para junto dos Espíritos amigos. Mas também a vida cuida de unir os inimigos. Um traz alegria e prazer na convivência, outro repulsa, discordância, atritos de toda ordem. Nesse último caso, a vida nos proporciona importante oportunidade de reconciliação com nossos adversários do passado através dos laços consanguíneos. Os gêmeos, portanto, podem ser Espíritos afins que tiveram anteriores relacionamentos e se afeiçoaram. Mas não quer dizer com isso que sejam almas gêmeas, conforme o significado popular que conhecemos. Almas gêmeas não existem. O que existe é simpatia entre Espíritos, caracterizada pela simpatia que nutram um pelo outro, mais nada. Vejamos a questão 211 de “O Livro dos Espíritos” (1): De onde deriva a semelhança de caráter que muitas vezes (não é regra geral) existe entre dois irmãos, geralmente gêmeos? “São Espíritos simpáticos que se aproximam por analogia (pontos de semelhança) de sentimentos e se sentem felizes por estar juntos.” Observação: A pergunta fala sobre semelhança física e semelhança do caráter. Então, quando os gêmeos se dão bem é porque são espíritos simpáticos, e é lógico que se sentirão felizes por conviverem com quem se afinizam. “Em muitos casos, os irmãos gêmeos são Espíritos simpáticos, que se unem por analogia de sentimentos, porém, nem todos são assim. Pode acontecer o contrário: serem Espíritos inimigos que a justiça divina faz se reencontrarem na formação biológica, no sentido de que se processe o perdão com mais eficiência. (2)” “Os gêmeos, por vezes, têm semelhança de caráter, sendo que não devemos generalizar esse fato, porque em outros casos são completamente diferentes, em matéria de conduta e mesmo em semelhança física. São Espíritos, e cada um é, pois, um mundo à parte, com os seus pendores e atividades em busca da luz. (2)” Fernando Rossit Autor: Fernando Rossit Autor desconhecido
Na espiritualidade o sentimento é claro, de uma força e suavidade que mostram o que existe entre os espíritos que o sentem. Tanto mais fácil perceber este elo afetivo, quanto mais desenvolvido moral e espiritualmente é o espírito. Já durante a encarnação, há uma limitação imposta pelo esquecimento do passado, uma vantagem que Deus nos proporcionou para que o livre-arbítrio fosse pleno em nós. Quando encarnamos esquecemos do passado, e deixamos adormecidas lembranças e sentimentos. Se duas almas que se amam se encontram, talvez não venham a perceber imediatamente a importância real de uma na vida da outra, mas sentirão empatia, simpatia ímpar e profunda, o que as faz pender para a pessoa que acabaram de conhecer na nova encarnação. O reconhecimento de um amor de milênios pode ser forte e imediato, mas em geral, para nos facilitar a vida, surge doce e suave, lenta e profundamente. O fato de duas almas terem aprendido a amar-se e que se procuram para continuar juntas sua jornada – encontrarem-se na encarnação, não significa necessariamente que devam ficar juntas, enquanto a experiência terrena estiver em andamento. Há reencontros que acontecem para que formem família, exemplifiquem o sentimento, evoluindo e dando, uma à outra, força nas provas, expiações e missões que vieram cumprir. É bem comum também que afetos verdadeiros não se encontrem, que estejam, cada um, vivendo experiências com outras almas, de modo a ampliar os laços do amor fraternal. Neste caso, costumam aliviar a saudade através de visitas em espírito (sonhos). Há ainda outra possibilidade, em geral prova bem difícil por exigir o mais amplo sentimento de resignação, coragem e amor ao próximo: duas almas encontrarem-se, reconhecerem-se, amarem-se e não poderem ficar juntas porque já estão comprometidas com outras pessoas e famílias. E porque Deus faria isso? Deus não fez. As próprias almas pediram esta prova como exercício expiatório e prova de resistência de suas más tendências, em geral, o egoísmo. Imaginemos… Duas almas aprendem a se amar; almas gêmeas que se tornam, escolhem experiências que irão fazê-las evoluir. Espíritos ainda em progresso, possuem defeitos morais que estão trabalhando nas existências. Nascem juntas, separadas, na mesma família, em outras, entre amigos ou inimigos. Entre tantas vidas, numa optam por temporariamente (o que são os anos de uma encarnação perante a imortalidade?) por encarnarem separadas. Casam-se com outras pessoas, formam famílias. Mas um dia encontram-se. Reconhecem-se. O amor ressurge. Seus compromissos espirituais são logo esquecidos, desejam-se. Eles deveriam resistir à tentação de trair, de abandonar os companheiros, os filhos, os compromissos, construindo falsa felicidade sobre lágrimas alheias. No entanto cedem. Traem, abandonam, fogem… não importa. Querem ser felizes e isso lhes basta. É o egoísmo e a falta de fé no futuro, que lhes dirige a ação. Mas não há real felicidade senão a conquistada no direito e na justiça. Se vencerem a tentação de fazer o que citamos, terão no futuro o mérito de estar uma com a outra. Se se deixam arrastar pelas paixões, estarão fadadas a novos afastamentos, lições dolorosas. Escolhem esta experiência porque a visão que têm na espiritualidade é diferente da limitada visão da encarnação. Melhor abrir temporariamente mão da presença amada, já que o afeto não se esvai na ausência, do que abrir mão de estarem juntos em várias vidas e seus intervalos. Sendo o egoísmo o único motivador (e não o amor) da escolha de ficarem juntos a qualquer preço, constrói-se sólido castelo sobre a areia das ilusões. Fatalmente ele desmoronará, e será preciso reconstruí-lo. Fonte espiritismoerazao Autor desconhecido