sexta-feira, 29 de maio de 2009

REGRESSÃO DE MEMÓRIA


Desde de criança, os abalos emocionais repercutiam em meu corpo físico por intermédio de dor forte e persistente na região próxima ao coração, que durava dias. Essa situação, ainda que antiga e repetitiva, me deixava inquieto e preocupado.

Cheguei mesmo a pensar que estivesse com algum problema físico ligado ao coração: por duas vezes me submeti a rigoroso exame médico. Nada de irregular foi encontrado. Num desses exames, a médica ficou surpresa com o exame circulatório, um vez que, segundo ela, estava incrivelmente próximo do padrão ideal, talvez explicado por eu não ser fumante.

Saía do consultório, claro, muito feliz. Mas e a dor? Já estava desistindo de entender, quando, numa noite, em sonho, vivi uma situação muito especial, que veio explicar toda a origem desse sofrimento.

Na primeira fase do sonho, visualizei-me deitando numa cama, no tempo atual. Uma amiga se preparava para fazer regressão de memória em mim. Ela iniciou o relaxamento e, aos poucos, fui viajando no tempo e aí vivenciei uma história em que eu era o personagem principal, mas meu corpo se apresentava com outra aparência, estava mais velho (em torno de 65 anos).

Eu morava em uma casa grande de fazenda, o período era colonial, pelo tipo do mobiliário. Eu estava muito doente, desenganado pelos médicos. Meu filho estava com 30 anos. Minha esposa não me amava, talvez por culpa minha, de meus procedimentos ditatoriais, próprios dos senhores de engenho.

Inconformado por não me sentir amado e de não haver cura para minha doença, tomei uma decisão definitiva e trágica: iria me suicidar.

Peguei um punhal pontiagudo, segurei com duas mãos e com toda força puxei em direção ao coração...

Por um tipo de censura do inconsciente, não revivi a dor e o momento trágico da minha morte. Estava agora em pé junto a todos de minha família, em outra dimensão, vendo meu corpo ser velado. Ainda que houvesse lágrimas, não havia amor por parte deles.

Acordei com toda a sensação e emoção daqueles momentos dramáticos de minha outra encarnação, que a regressão em sonho me permitiu relembrar.

Contei o ocorrido a uma amiga psicóloga que faz regressão de memória em seus pacientes. Ela me confirmou o que eu já sabia, o que aconteceu comigo foi que vivi novamente as cenas e as emoções de uma de minhas encarnações, no seu momento mais dramático. Situação normal que se verifica nas regressões de memória realizadas nos consultórios de profissionais dedicados a esse tipo de terapia.

Segundo a psicóloga, a dor desapareceria se a energia emocional, existente em mim desde aquela encarnação, tivesse sido eliminada plenamente. Caso restasse alguma energia, eu poderia sentir ainda a dor, mas em menor proporção.

Ela estava certa, situações em que a dor apareceria inevitavelmente e de modo forte, proporcionaram, desde o dia do sonho, apenas dor suave e passageira.

O sonho, a regressão inesperada, veio me libertar, quase que totalmente, da energia negativa, presente em mim desde aquele fatídico dia, em que sem compreender a vida, sem saber amar, ainda que desejasse ser amado, cometi um dos mais terríveis crimes pessoas, o suicídio.

Muito mais que me libertar desse sofrimento, esta experiência me fez pensar que tudo aquilo que fazemos de mal contra a nossa pessoa ou contra o nosso semelhante, fica guardado no campo emocional de nosso espírito, e sendo uma energia negativa, terá de ser resgatada, superada, quase sempre pela dor.

Na vida precisamos amar a nós mesmos e a todos os nossos semelhantes, pois, agindo assim, o amor preencherá nosso espírito de pura energia, transformando as dores físicas e emocionais em satisfação existencial plena.

Precisamos nutrir nosso espírito com a energia do amor.



Texto do Livro: Outra vida, nova chance -

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