terça-feira, 19 de outubro de 2010

DOENÇAS



As ciências médicas hoje já entendem que a causa de grande parte das doenças está no próprio doente, em suas atitudes perante a vida. São as doenças psicossomáticas. Por isso cabe a ele próprio maior esforço para curar-se. Em qualquer situação de enfermidade o papel mais importante no tratamento é o do próprio paciente, das suas posturas interiores.

PERGUNTA FREQÜENTE

Doenças são castigos de Deus?

As doenças não são castigos de Deus. Ele não é carrasco, é pai... um Pai justo e sábio que educa seus filhos com amor, ensinando-os a se conduzirem pelas leis da fraternidade e do respeito porque essa é a receita para os seres humanos poderem conviver bem uns com os outros e serem felizes. Devemos procurar as causas das enfermidades em outras fontes, e elas, certamente, estão em nós mesmos.

Explica o espírito Miramez, que os maus pensamentos são um lixo que, por lei, deve ficar com quem o produziu.

Todos nós produzimos, em maiores ou menores proporções, esse lixo mental e emocional, poluente da alma, através dos pensamentos, sentimentos e atitudes antifraternos, depressivos ou viciosos, tais como a inveja, o ódio, o rancor, o azedume, a revolta, assim como também a luxúria, o egoísmo, a ganância, a violência e tantos outros valores negativos dos quais nem sempre nos apercebemos.

Quando isto acontece, nossa própria natureza se encarrega de expulsar parte desse lixo para que não nos sufoque, e essa carga mórbida, ao ser drenada para o corpo carnal, materializa-se nele em forma de doenças, ou de predisposições para determinadas enfermidades.

PERGUNTA NATURAL

Se é assim, por qual razão não adoecem tantos seres perversos, imorais, gananciosos, antifraternos e assemelhados, que ombreiam conosco no cotidiano?

Quanto mais atrasado o espírito, mais grosseiro e denso é seu corpo espiritual. Por isso ele pode conviver tranqüilamente com o próprio lixo. Mas conforme vai evoluindo espiritualmente, através das reencarnações bem aproveitadas, também mais delicado e sensível vai ficando esse corpo e, com isso, maior e mais premente também se torna a necessidade dessas drenagens.



PERGUNTA NATURAL

Por que pessoas de excelente nível evolutivo, que certamente não geram esse “lixo mental”, também adoecem?

Muitas enfermidades produzidas por estados de espírito negativos são geradas nesta mesma vida, mas há também as que procedem de vidas anteriores.

Há pessoas que são verdadeiras indústrias de mau humor, que vivem a se lamentar, a maldizer e reclamar de tudo; outras cultivam emoções e sentimentos negativos como a inveja, o ciúme, o rancor, o azedume, o desamor... Esse tipo de atitudes ou procedimentos gera um energismo pesado que fica circulando no sistema energético, provocando bloqueios, produzindo males de maior ou menor gravidade.

Mas nem sempre toda essa carga energética pesada é drenada nesta mesma vida, permanecendo esse “lixo” mental nas profundezas do ser, para vir à tona em futuras encarnações.

Há também muitas narrativas dos espíritos contando como algum companheiro, ao programar sua futura encarnação inclui nela alguma enfermidade ou limitação. Isto, visando evitar maiores quedas espirituais, em sua futura jornada.

A nós, aqui reencarnados, parece impossível que alguém programe sofrimentos para si mesmo. Ocorre que na dimensão espiritual, onde temos uma visão muito mais abrangente sobre as nossas próprias necessidades de evolução, preferimos enfrentar uma vida de lutas e dores, do que cair nos mesmos erros do passado.

A evolução é o que há de mais importante para os espíritos mais esclarecidos, e sabemos o quanto as facilidades da vida podem induzir a quedas espirituais. Por exemplo, uma mulher muito bela que tenha usado sua beleza para destruir lares, ao conscientizar-se do mal que fez, ao programar sua reencarnação, poderá solicitar uma aparência feia ou um defeito físico, que a ajudará a livrar-se de novas tentações.

Há ainda os casos em que a administração superior determina uma enfermidade, um acidente ou outro transtorno, visando desviar alguém do caminho que iria levá-lo a maiores quedas espirituais. Isto ocorre por misericórdia divina e quando para tanto há merecimento, ou ainda, por solicitação de algum espírito com suficientes méritos para endossar seu pedido.

Mas há também as enfermidades causadas pelo descuido, o descaso com a própria saúde, pelos mais diversos vícios, pela gula, pela alimentação errada ou a vida sedentária.

E há ainda aquelas doenças kármicas, como resultado de ações praticadas em vidas passadas.

Como se vê, as causas profundas das enfermidades são muito variadas, mas estão em nós mesmos, tanto em nosso passado quanto no presente.

PERGUNTA NATURAL

Se as causas das enfermidades estão em nossas atitudes e ações, qual é então o papel dos micróbios, dos vírus e da hereditariedade?

Acontece que através das nossas atitudes, ações e omissões criamos em nós mesmos campos favoráveis ao desenvolvimento dos microorganismos que geram doenças, além de desequilíbrios outros. Tanto é verdade que inúmeras pessoas infectadas com determinados vírus ou bacilos, não contraem tais doenças.

Por essas razões, quanto mais a medicina e a farmacologia avançam em sua capacidade de curar, mais doenças novas e cada vez mais virulentas vão surgindo. A culpa não é da medicina, nem da farmacologia. É nossa. Por isso só nós mesmos, com a ajuda de Deus e da nossa vontade, poderemos gerar condições reais de cura e ficar imunes às enfermidades, ao menos nas futuras encarnações. E isto só se consegue através da reforma moral, da mudança de conduta e de atitudes, e ainda, do desenvolvimento de nossos potenciais interiores.

Mas esse é um trabalho difícil e demorado. A Natureza não dá saltos. Se durante milênios fomos construindo o que somos hoje, não será de um momento para outro que vamos conseguir modificar toda essa estrutura. Mas se não começarmos, nunca chegaremos lá.

Nos momentos de dor, ou quando a doença castiga nosso corpo costumamos “agarrar-nos” em Deus ou em quaisquer outros seres superiores, implorando o cessar do sofrimento, e dizemos: “Tenho fé em Deus, que Ele vai me curar”. Mas se a cura não acontece, a fé se abala, porque colocamos a cura como condição para a nossa fé.

Nesses casos, todavia, em vez das lamentações e atitudes negativas, é muito importante buscarmos elevar nossa freqüência vibratória, porque ela é a mais poderosa auxiliar na eliminação do lixo produzido por nossas próprias atitudes.

E essa elevação conseguimos através da prece, dos sentimentos e atitudes de amor, de confiança, otimismo e alegria, buscando sempre desenvolver os valores nobres da alma.

As enfermidades, na verdade, representam uma das maiores forças para nossa evolução. É como se o combalimento do corpo fizesse crescer a luz interior, ou o medo da morte nos aproximasse mais de Deus.

Quanto à hereditariedade, a programação feita para o futuro corpo do reencarnante inclui a escolha dos seus futuros pais. Assim, ele herdará aquilo que estiver programado para ele.

PERGUNTA FREQÜENTE

Que acontece nos casos de curas consideradas milagrosas?

Não existem milagres, mas mecanismos naturais, com manipulação de energias, quando as condições são favoráveis.

Na maioria dos “milagres” em que ocorrem curas, estas são momentâneas, com efeitos de curta duração. São produzidas pela dinamização das energias profundas de alguém, que é levado a um estado de superexcitação através de vigorosa atuação, altamente indutora, do “milagreiro”. É fácil observar como a maioria dessas curas ocorre num verdadeiro palco onde a fé é o ingrediente para a dramatização. Mas passados aqueles momentos, tudo volta ao que era antes.

É claro que há casos de curas definitivas, quando a fé é profunda e verdadeira e quando há merecimento.

Os “fazedores de milagres” são pessoas que possuem grande poder de indução, uma vontade firme e pensamento dominador. Com esses recursos, em alguns casos, eles conseguem levar os que neles crêem a dinamizar de tal forma seus próprios potenciais, a sua fé, a ponto de gerar transformações orgânicas e outras ocorrências que são vistas como milagres.

Nos cultos ou missas de cura e pedidos de ajuda divina a própria vibração do ambiente, poderosamente voltada para esse fim, é um veículo que favorece essa potencialização das energias, podendo produzir acontecimentos incomuns.

PERGUNTA NATURAL

O que acontece nos exorcismos ou “expulsão de demônios”, quando são bem-sucedidos?

Nos casos de exorcismo ou “expulsão de demônios” é bem provável que o espírito obsessor ache mais prudente afastar-se daquela confusão.

Também há situações em que as pessoas obsidiadas são tão maltratadas pelos que as exorcizam, ou lhes “expulsam demônios”, com tais repercussões em seus obsessores, que estes acabam perdendo momentaneamente a sintonia com elas, afastando-se.

Igualmente há situações em que os espíritos obsessores ficam tão impressionados com toda aquela teatralidade, aquelas ordens imperiosas que lhes são dadas em nome de Deus, que acabam realmente afastando-se de suas vítimas. Mas esse tipo de atuação não é saudável porque a pessoa obsidiada, depois de curada, volta à sua vidinha de antes, sem ter aproveitado o episódio como alavanca para sua evolução, e o espírito obsessor vai continuar à espreita, aguardando nova oportunidade para recomeçar a perseguição com mais segurança.

A melhor receita para esse tipo de problemas e todos os demais, é aquela que o Mestre ensinou: a reforma moral, a mudança nas atitudes e nas ações, orientada para o bem.

Milagres, nem Jesus os fez. Ele usou seus próprios potenciais, sua energia, sua vibração de altíssima freqüência e seus conhecimentos para realizar as curas e demais atos incomuns.

Outras ocorrências tidas como sobrenaturais são apenas inusitadas, nas quais são utilizados recursos da própria natureza e das leis naturais, manipulados por espíritos.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A LEI DO AMOR



A Lei de Amor

O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra -amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.

Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. E então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. - Lázaro. (Paris, 1862.)

O amor é de essência divina e todos vós, do primeiro ao último, tendes, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado. E fato, que já haveis podido comprovar muitas vezes, este: o homem, por mais abjeto, vil e criminoso que seja, vota a um ente ou a um objeto qualquer viva e ardente afeição, à prova de tudo quanto tendesse a diminuí-la e que alcança, não raro, sublimes proporções.

A um ente ou um objeto qualquer, disse eu, porque há entre vós indivíduos que, com o coração a transbordar de amor, despendem tesouros desse sentimento com animais, plantas e, até, com coisas materiais: espécies de misantropos que, a se queixarem da Humanidade em geral e a resistirem ao pendor natural de suas almas, que buscam em torno de si a afeição e a simpatia, rebaixam a lei de amor à condição de instinto. Entretanto, por mais que façam, não logram sufocar o gérmen vivaz que Deus lhes depositou nos corações ao criá-los. Esse gérmen se desenvolve e cresce com a moralidade e a inteligência e, embora comprimido amiúde pelo egoísmo, torna-se a fonte das santas e doces virtudes que geram as afeições sinceras e duráveis e ajudam a criatura a transpor o caminho escarpado e árido da existência humana.

Há pessoas a quem repugna a reencarnação, com a idéia de que outros venham a partilhar das afetuosas simpatias de que são ciosas. Pobres irmãos! o vosso afeto vos torna egoístas; o vosso amor se restringe a um círculo íntimo de parentes e de amigos, sendo-vos indiferentes os demais. Pois bem! para praticardes a lei de amor, tal como Deus o entende, preciso se faz chegueis passo a passo a amar a todos os vossos irmãos indistintamente. A tarefa é longa e difícil, mas cumprir-se-á: Deus o quer e a lei de amor constitui o primeiro e o mais importante preceito da vossa nova doutrina, porque é ela que um dia matará o egoísmo, qualquer que seja a forma sob que se apresente, dado que, além do egoísmo pessoal, há também o egoísmo de família, de casta, de nacionalidade. Disse Jesus: "Amai o vosso próximo como a vós mesmos." Ora, qual o limite com relação ao próximo? Será a família, a seita, a nação? Não; é a Humanidade inteira. Nos mundos superiores, o amor recíproco é que harmoniza e dirige os Espíritos adiantados que os habitam, e o vosso planeta, destinado a realizar em breve sensível progresso, verá seus habitantes, em virtude da transformação social por que passará, a praticar essa lei sublime, reflexo da Divindade.

Os efeitos da lei de amor são o melhoramento moral da raça humana e a felicidade durante a vida terrestre. Os mais rebeldes e os mais viciosos se reformarão, quando observarem os benefícios resultantes da prática deste preceito: Não façais aos outros o que não quiserdes que vos façam: fazei-lhes, ao contrário, todo o bem que vos esteja ao alcance fazer-lhes.

Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano; ao amor verdadeiro, ele, a seu mau grado, cede. E um ímã a que não lhe é possível resistir. O contacto desse amor vivifica e fecunda os germens que dele existem, em estado latente, nos vossos corações. A Terra, orbe de provação e de exílio, será então purificada por esse fogo sagrado e verá praticados na sua superfície a caridade, a humildade, a paciência, o devotamento, a abnegação, a resignação e o sacrifício, virtudes todas filhas do amor. Não vos canseis, pois, de escutar as palavras de João, o Evangelista. Como sabeis, quando a enfermidade e a velhice o obrigaram a suspender o curso de suas prédicas, limitava-se a repetir estas suavíssimas palavras: Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros."

Amados irmãos, aproveitai dessas lições; é difícil o praticá-las, porém, a alma colhe delas imenso bem. Crede-me, fazei o sublime esforço que vos peço: "Amai-vos" e vereis a Terra em breve transformada num Paraíso onde as almas dos justos virão repousar. - Fénelon. (Bordéus, 1861.)

Retirado do Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec

CONFIANÇA NOS OUTROS



Confiança nos outros

Acima de tudo, nós devemos ter confiança em Deus. Confiança é força que acumulamos em nossos caminhos, é alegria que aumentamos na intimidade do coração e amizade que cresce dos outros para nós.

Não podemos cair no esmorecimento, avaliando que somos todos filhos do mesmo Pai; portanto, por que entrar na decadência diante da vida? Já pensaste na grandeza de Deus, nos Seus feitos, no seu amor e na sua bondade?

Pensa um pouco na solicitude de Nosso Senhor, e passarás a te revestires de coragem, de alegria, de caridade e mesmo de amor. Presta bem atenção: essa força parte da igualdade, porque se Deus é amor, Ele tanto ama aos outros, quanto a nós. Tira as dificuldades da tua mente e a paz passará a reinar em tua consciência, com todas as forças que te ofertam o melhor, que farão nascer no teu mundo interno o contetamento de viver, por conheceres que o Senhor se encontra contigo, dirigindo-te e te amparando em tuas necessidades.

Seja qual for a criatura, confia nela e, pela tua confiança, faze com que ela se impulsione para frente, animando-a para todas as lutas que porventura surgirem. Observa o quanto Jesus fazia em nome de Deus, por confiar nele e ouvi-lo, no seu comando.

Nós, os Espíritos, Seus filhos, devemos fazer o mesmo, primeiramente confiando no Criador, e depois na escala infinita das coisas. Vê a casa terrena que, com toda a segurança nos fornece acolhimento a altura das nossas necessidades; é o amor de Deus consubstanciando-se em todas as direções, para o amparo das criaturas.

Mesmo em pensamentos, não te esqueças de confiar nos outros; mesmo em palavras, tem confiança nos companheiros que te cercam, não passando aflições sem comunicar-lhes, que eles têm Deus como Pai de Amor, que os ajuda em qualquer circunstância.

Se tudo e todos são filhos de Deus, nascidos na mesma Luz, por que temer a vida e as coisas? Vamos remover o entulho imprestável da nossa mente, favorecendo somente a vontade do amor, que gera caridade, a força do perdão, que gera amizade, a vontade do entendimento, que gera a paz.

E não podemos nos esquecer de confiar em nós mesmos, de sorte a sustentar a crença na felicidade, certificando-nos de que a vida é difícil de ser interpretada, por causa da sua grandeza; se Deus é a árvore da vida universal, por bem dizer nós somos as flores exalando o perfume que d'Ele vem, que é o alimento da própria existência.

Trabalhemos juntos com o mesmo ideal de servir amando, de servir desculpando, de servir entendendo, que o crescimento vem como justiça do céu para os corações que confiam. Se tudo vem de Deus, para nós é uma alegria saber que Ele é Amor.

Ajuda no que puderes, onde quer que seja; passe ajudando e servindo, fica ajudando e servindo; eleva-te fazendo o mesmo, porque essa lei é universal.
Deus a ninguém desampara, porque tudo e todos são seus filhos, e Ele deseja que para todos flua o Seu amor, de maneira que o bem-estar seja o bem-estar da própria vida.
Alimentemos a confiança em Deus, que Ele já confia em nós.


Retirado do Livro "Cura-te a ti mesmo - Espírito Miramez, por João Nunes Maia - pág 82"

sexta-feira, 25 de junho de 2010

AS PERCEPÇÔES


AS PERCEPÇÕES
Informa Allan Kardec que o Espírito, uma vez no mundo extra-físico, além de manter as percepções que tinha na vida física, adquire outras mais sutis e, às vezes, mais aprimoradas, pois já não mais desfruta de um corpo pesado, denso, material.
Disseram os Benfeitores que:
"A inteligência, como atributo do Espírito se manifesta mais livremente quando não tem entraves."
Porque o corpo físico - "um escafandro", na expressão de André Luiz - é um obstáculo à manifestação da inteligência.
Certamente que estas percepções estarão dependendo intimamente do progresso já amealhado pela entidade desencarnada, pois há Espíritos que nada sabem a mais que os homens, em função de seu atraso intelecto moral.
Vejamos algumas observações de Kardec:
a) Tempo: muitos Espíritos vivem fora do tempo, tal como o compreendemos. Os Espíritos superiores, pelo fato de se encontrarem profundamente desmaterializados, colocam-se acima das noções habituais do tempo. Os Espíritos inferiores, podem também não compreender a duração como nós, em função de seu estado consciencial, ou de cristalização em pessoas, lugares e emoções. No entanto, as entidades mais esclarecidas, vinculadas diretamente à Terra, podem manter-se orientadas em relações ao nosso horário, com perfeita compreensão da duração das coisas e do tempo.
b) Conhecimento do passado e do futuro: será com relação ao conhecimento do passado e do futuro que o grua de desmaterialização do Espírito terá uma maior influência. Os Espíritos superiores conhecem intimamente o seu passado, e têm, muitas vezes, uma antevisão do futuro a partir da análise do presente. Será sempre uma antevisão relativa, de um futuro provável, pois os acontecimentos estão sempre condicionados ao livre-arbítrio das pessoas. Os Espíritos inferiores nada sabem a respeito de fatos passados e futuros;
c) Deus: os Espíritos superiores o vêem e compreendem; os Espíritos inferiores o sentem e adivinham;
d) Visão: a visão dos Espíritos não é circunscrita como nos seres corpóreos, mas é uma faculdade geral. Muitos Espíritos vêem pela luz própria, sem necessidade de luz exterior, mas isto, como tudo, depende também de sua condição evolutiva;
e) Sons: os Espíritos percebem os sons, até mesmo os que os nossos sentidos às vezes não conseguem perceber;
f) Música: a música tem para os Espíritos encantos infinitos. em razão de suas qualidades sensitivas muito desenvolvidas. Os Espíritos atrasados podem sentir um certo prazer ao ouvir a nossa música, porque não estão ainda capazes de compreender outra mais sublime, no entanto, almas mais purificadas, buscam melodias mais belas e mais suaves;
g) Belezas Naturais: os Espíritos são sensíveis a elas, segundo as suas aptidões para as compreendê-las e as apreciá-las.
AS SENSAÇÕES
Mostra-nos a prática espírita, que os Espíritos relatam a presença de uma série de sensações. À margem das angústias morais, (remorso, ódio) ou das perturbações emocionais (medo, ansiedade), que torturam muito mais que os sofrimentos físicos, observa-se nas entidades desencarnadas sensações como frio, calor, fome, sede, cansaço, e mesmo dores "físicas".
Sabemos que o perispírito é o agente das sensações externas nas entidades extra-físicas. No corpo, enquanto na matéria densa, estas sensações estão localizadas nos órgãos. Destruído o corpo, será o perispírito o responsável pelo registro de todas as sensações externas. Sendo o corpo espiritual formado de matéria quintessenciada, sutil, não sofre influência direta de elementos materiais, como chuva, fogo, etc., no entanto, muitos Espíritos queixam-se de sensações vinculadas a estas situações.
Diz-nos o Codificador, que estas sensações podem ter uma dupla gênese: lembrança de sofrimentos anteriores ou impressão de algo que na realidade não está ocorrendo.
No primeiro caso, vamos verificar que muitos sofrimentos dos Espíritos estão relacionados às recordações de situações que muito os traumatizaram enquanto vivos: homens que morreram queimados, baleados, portadores de doenças físicas, podem despertar no mundo espiritual como se estivessem ainda ardendo em brasas, com o peito sangrando, ou, ainda, com os estigmas das doenças que os infelicitavam.
André Luiz [E a Vida Continua], mostra dois personagens, que diante da simples recordação de entes queridos que deixaram na Terra, retornavam a sentir-se mal, apresentando os mesmos sintomas que os acometiam nos últimos dias de vida.
Isto acontece, porque o Espírito armazena em sua estrutura psíquica inconsciente, todos os atos, pensamentos e todas as palavras vinculadas a ele. Diante da evocação de uma dessas situações pode o Espírito desencarnado voltar a registrar sensações relacionadas a estes fatos.
Quando Kardec perguntou aos benfeitores porque muitos Espíritos queixavam-se de frio ou calor, eles responderam:
"Lembrança do que sofreram durante a vida; e algumas vezes é tão penosa quanto a realidade. Freqüentemente é uma comparação que eles fazem para exprimirem a sua situação. Quando se lembram do corpo experimentam uma espécie de impressão, como quando se tira uma capa e algum tempo depois se pensa estar com ela."[LE-qst 256]
No entanto, algumas vezes, conforme mostra Allan Kardec, há nos relatos dos Espíritos mais do que uma simples lembrança:
"A experiência nos ensina que, no momento da morte, o perispírito se desprende mais ou menos lentamente do corpo. Nos primeiros instantes, o Espírito não compreende a sua situação; não acredita que morreu; sente-se vivo; vê o seu corpo de lado, sabe que é o seu e não entende porque está separado. Um suicida dizia: - Não estou morto, entretanto sinto os vermes que me roem. Ora, seguramente os vermes não roíam o perispírito, e menos ainda o Espírito, mas o corpo. Como o Espírito sentia-se ligado ainda ao corpo havia uma espécie de repercussão emocional, que lhe transmitia a sensação do que se passava no corpo. Repercussão não é bem o termo, pois poderia dar idéias de um efeito muito material. Era antes a visão do que se passava no corpo ao qual o perispírito continuava ligado que produzia essa ilusão, tomada por real. Assim, não se tratava de uma lembrança, pois, durante a vida, ele não fora roído pelos vermes: era uma sensação atual."
Essas sensações "físicas" são relatadas por almas ainda muito apegadas às coisas da vida física e com uma estrutura perispirítica por demais grosseira.
Sabe-se que muitos Espíritos costumam sentir dores cruciais, em função de terem os corpos físicos submetidos a estudos anatomopatológicos nos Institutos médico-legais. Relatam, muitas entidades, que no momento da necropsia, eles, postados ao lado do cadáver, passavam a registrar sensações de sofrimento, pavor e angústia e dos bisturis como se realmente estivessem sentindo a agressão das lâminas dos peritos.
A mesma explicação pode ser dada, para casos relatados por André Luiz, de Espíritos vadios que ainda não se deram conta de seu falecimento, e que, diante de tempestades, se protegem nas marquises e nas lojas, temendo que as chuvas possam molhá-los.
O médico e escritor espírita Alberto de Sousa Rocha [Espiritismo e Psiquismo], lembra que, na base dessas sensações, está um processo de auto-sugestão e condicionamento. Pelo fato de "acreditar" naquilo que está vendo o Espírito passa a registrar as sensações correspondentes. Mostra o autor, que se sugerirmos a uma pessoa hipnotizada que sentirá a picada de uma agulha, a pessoa deverá sentir, mesmo que não disponhamos fisicamente da mesma. Sentirá frio ou calor consoante a sugestão que lhe endereçarem. Igualmente os Espíritos desencarnados; sob o regime de alguma indução externa ou interna, a mente passa a gerar nas células perispirituais toda uma série de condicionamentos, fazendo com que o Espírito se entregue as sensações diversas.
Alguns autores chamam a este processo de "repercussão ou exteriorização da sensibilidade."
Bibliografia
1) O Livro dos Espíritos - Allan Kardec2) Espiritismo e Psiquismo - Alberto de Sousa Rocha3) Os Mensageiros - André Luiz/Chico Xavier4) E a Vida Continua - André Luiz/Chico Xavier5) Espiritismo e Psiquismo - Alberto de Sousa Rocha
Apostila Original: Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG

MEDIUNIDADE


MEDIUNIDADE
Allan Kardec apropriou-se da expressão latina "médium", que significa "intermediário ou meio", para designar aquelas pessoas portadoras da faculdade mediúnica, ou seja, indivíduos capazes de colocarem em contato mais direto os dois planos de vida - o plano dos encarnados e dos desencarnados.
O médium, pelo fato de ser portador de certos recursos orgânicos, torna-se a ponte, o meio, o intermediário entre os Espíritos e os homens.
Segundo Kardec:
"Todo aquele que sente, num grau qualquer a influência dos Espíritos, é, por esse motivo, médium."
Lembra, ainda o Codificador, que:
"Esta faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuem alguns rudimentos."
No entanto, Kardec orienta para que se reserve a expressão "médium" apenas para aquelas pessoas em quem a:"Faculdade mediúnica se mostre bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade."
TIPOS DE MÉDIUNS
Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para um dos diversos tipos de fenômenos mediúnicos. Portanto, com relação ao tipo de fenômeno produzido, os médiuns podem ser classificados em vários tipos:
a) Médiuns de Efeitos Físicos: são particularmente aptos a produzir fenômenos materiais, como os movimentos de corpos inertes ou ruídos, materialização de Espíritos, etc. Foram muito comuns no passado e tinham a finalidade de chamar a atenção para os fenômenos espíritas, mas hoje, são cada vez menos freqüentes;
b) Médiuns Falantes ou Psicofônicos: permitem a comunicação dos Espíritos através da fala;
c) Médiuns Escreventes ou Psicógrafos: permitem a comunicação dos Espíritos através da escrita;
d) Médiuns Audientes: ouvem os Espíritos;
e) Médiuns Videntes: vêem os Espíritos;
f) Médiuns Intuitivos: captam o pensamento dos Espíritos;
g) Médiuns de Desdobramento: são capazes de se afastarem de seu corpo físico e desenvolverem atividades espirituais;
h) Médiuns de Cura: são capazes de aliviar ou curar doenças pela prece ou pela imposição das mãos;
i) Médiuns Psicômetras: são aptos a detectar a vibração existente em objetos e locais.
OBJETIVOS DA MEDIUNIDADE
A comunicabilidade dos Espíritos com os encarnados não é um fato recente, mas antiquíssimo, com a única diferença que, no passado, era apanágio dos chamados iniciados e na atualidade, com o advento do Espiritismo, tornou-se fenômeno generalizado a todas as camadas sociais.
Segundo a Doutrina Espírita, as principais finalidades da comunicabilidade dos Espíritos são:
a) Esclarecimento, Instrução e Orientação aos Homens: Lembra Kardec, que a mediunidade assume hoje o papel que assumiram, no passado, duas grandes descobertas, o telescópio e o microscópio. O primeiro deveria fornecer ao homem informações concernentes ao macrocosmo e ao segundo detalhar, o mundo infinitamente pequeno, o microcosmos. Cabe a mediunidade estudar o Psicocosmo, o mundo dos Espíritos. Assim sendo, através da faculdade mediúnica, os benfeitores da humanidade, vivendo no plano dos desencarnados, poderão veicular informações importantes relacionadas ao nosso progresso intelecto-moral;
b) Socorro a Espíritos em sofrimento: muitos indivíduos ao desencarnarem, por não terem desenvolvido uma consciência de eternidade, encontram dificuldades na sua adaptação ao mundo extra-físico. Ansiedade, medo, sofrimentos morais diversos, perturbação, inconsciência da morte podem ser identificados em muitos desencarnados. A prática mediúnica é um dos recursos utilizados pela Espiritualidade Maior para socorrer e assistir a estes Espíritos;
c) Contribuir no aprimoramento moral do médium: aprendemos com a Doutrina Espírita que a faculdade mediúnica por si só não basta. O importante está na conduta moral daquele que é seu portador. Porque na base do intercâmbio espiritual está a lei de sintonia que diz que cada um será assistido por Espíritos em afinidade com seus sentimentos e suas emoções;
Achando-se a mente na estrutura de todas as manifestações mediúnicas, torna-se imprescindível ao medianeiro enriquecer o pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais.
EXERCÍCIO DA MEDIUNIDADE
"Restitui a saúde dos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido."
Foi esta a recomendação de Jesus a seus discípulos, com isto querendo dizer que ninguém deveria utilizar-se da faculdade mediúnica em benefício próprio, que jamais fizesse dela objeto de comércio nem de especulação e nem de meio de vida.
Esta orientação dada por Jesus continua muito atual, porque a mediunidade evangelizada jamais poderá transformar-se em profissão ou fonte de renda.
Deve-se compreender que a mediunidade só existe pelo concurso dos Espíritos, portanto, deve ser mobilizada em benefício do próximo como recursos que nos oferece a Divindade de darmos a nossa cota de colaboração na regeneração da humanidade.
O médium moralizado, que encontra na vivência evangélica a conduta de vida, é uma pessoa de bem, que procura ser humilde, sincero, paciente, perseverante, bondoso, estudioso e trabalhador. Cumpre o mandato mediúnico com amor.
No exercício da mediunidade com Jesus, isto é, na perfeita aplicação dos seus valores a benefício da criatura, em nome da caridade, é que o ser atinge a plenitude das suas funções e faculdades convertendo-se em celeiros de bênção, semeador da saúde espiritual e da paz nos diversos terrenos da vida humana.
INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS EM ATOS E PENSAMENTOS
A influência dos Espíritos sobre os nossos pensamentos e atos é tão grande que "muito freqüentemente são eles que vos dirigem." [LE-qst 459]
Esta influência pode ser boa ou má, fugaz ou duradoura e se estabelece através de uma corrente mental. O Espírito identifica o seu pensamento com o nosso e vai introduzindo em nosso campo mental as suas idéias, sugestões e emoções.
É fundamental a compreensão de que esta influenciação só se concretiza através da sintonia mental, estando o Espírito e o encarnado em condições morais equivalentes.
Lembram os autores espíritas que pensar é vibrar, é entrar em relação com o universo espiritual que nos envolve, e, conforme a espécie das emissões mentais de cada ser, elementos similares se lhe imanizarão, acentuando-lhes as disposições e cooperando com ele em seus esforços ascensionais ou em suas quedas e deslizes.
Quando Kardec perguntou aos Espíritos [LE-qst 467] se o homem poderia se afastar da influência dos Espíritos que os incitam ao mal, elas responderam:
"Sim, porque eles só se ligam aos que os solicitam por seus desejos ou os atraem por seus pensamentos."
A influência dos Espíritos sobre o homem vai depender também da natureza desses Espíritos.
Os Espíritos infelizes, de mente ultrajada, misturam-se em nossas atividades comuns, perambulam no ninho doméstico, participam das conversações, seguem com os comensais, de quem muitas vezes se irmanizam em processos de dependência mútua. Perturbam-se e perturbam; sofrem e fazem sofrer; odeiam e geram ódios; amesquinhados em si mesmos, amesquinham os outros; infelicitados, infelicitam.
Já a ação dos Espíritos superiores é outra. Os bons Espíritos só aconselham para o bem, suscitam bons pensamentos, desviam os homens da senda do mal, protegem na vida os que se lhes mostram dignos de proteção e neutralizam a influência dos Espíritos imperfeitos.
Podemos observar pelo exposto, que muitos pensamentos que povoam a nossa mente não têm origem em nós mesmos, mas sim em entidades desencarnadas. Disseram os Espíritos [LE-qst 460]:
"Vossa alma é um Espírito que pensa; não ignorais que muitos pensamentos vos ocorrem, a um só tempo, sobre o mesmo assunto e freqüentemente bastante contraditórios. Pis bem: nesse conjunto há sempre os vossos e os nossos, e é isso o que vos deixa na incerteza, porque tendes em vós duas idéias que se combatem."
Com relação à maneira de distinguirmos o nosso pensamento do pensamento estranho, as entidades disseram [LE-qst 461]:
"Quando um pensamento vos é sugerido, é como uma voz que vos fala. Os pensamentos próprios são, em geral, os que vos ocorrem no primeiro impulso. De resto, não há grande interesse para vós essa distinção, e é freqüentemente útil não o saberdes: o homem age mais livremente; se decidir pelo bem, o fará de melhor vontade; se tomar o mau caminho, sua responsabilidade será maior."
Observamos então que os Espíritos só têm o poder que nós lhes damos, pois só conseguem atuar em nós se nos encontrarem em situação favorável, seja positiva, no caso dos bons Espíritos, ou negativa, em se referindo às entidades infelizes.
Para neutralizar a influência dos maus Espíritos, Kardec orienta:
"Fazendo o bem e colocando a vossa confiança em Deus, repelis a influência dos Espíritos inferiores e destruís o império que desejam ter sobre vós." [LE-qst 469]
Bibliografia
1) O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
2) O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
Apostila Original: Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora

segunda-feira, 22 de março de 2010

PORQUE REENCARNAMOS(MISSÃO ,PROVA OU EXPIAÇÃO)


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PORQUE REENCARNAMOS
(Missão, prova ou expiação)
A Nossa Responsabilidade"A Humanidade sempre se dividiu ante novas descobertas. Não seria diferente agora. "É incoercível o avanço científico, sinalizando mudanças radicais sobre a vida humana. "Decisivamente, estamos num "mundo novo", onde se agigantam os conceitos de responsabilidade. "Porém, palmilhando a estrada divina da Vida, em face dos fantásticos e promissores avanços da biogenética, cumpre a todos os homens balizarem seus atos pela infalível bússola, que todos temos, também por graça de Deus, que é a consciência. "Para eventuais dúvidas, é simples a resposta para o reto proceder: basta perguntarem, a si mesmos, se gostariam de receber o que estão ofertando... "Com humildade, devem os cientistas prosseguir no seu maravilhoso afã, jamais se esquecendo que estão apenas manuseando processos - no caso, do sublime objeto que é a Vida. Pois, tanto um óvulo quanto um espermatozóide, com todo o "microuniverso" de características, são criações de Deus, não dos homens. Apenas o seu encontro, em diversas situações, gerando vida, sim, é manuseio humano - e sem sofismas: desde o primeiro casal na face da Terra". (GENÉTICA E ESPIRITISMO, de Eurípedes Kühl)). "(...) As reencarnações obedecem a mecanismos preciosos de justiça, estando a cargo de Entidades de elevada sabedoria. Valendo-se do registro individual de cada Espírito, tais "Construtores da Vida" organizam, com o máximo de cuidado e competência, o plano reencarnacionista de cada ser humano. Tal plano, privilegiando saúde, memória ou disponibilidade material, para cada etapa terrena, baseia-se, fundamentalmente, em duas vertentes: - merecimento individual e - passivo a resgatar perante as Leis Morais. "Definido e aprovado o plano, nas esferas espirituais elevadas, retorna o ser à carne, no mais adequado ambiente social. "Nesse contexto, encontraremos no mundo seres em missão, provação ou expiação. "Como conjectura, imaginamos que destacadas personalidades mundiais, em todos os campos da atividade humana, são criaturas que assumiram determinado compromisso consigo mesmas e perante o Plano Maior. Podem estar enquadradas numa das três situações acima. "Para levarem a bom termo suas tarefas, muitas delas são apetrechadas pelos Engenheiros Siderais com dispositivos genéticos que irão facilitar tal exercício. Tais dispositivos, em alguns casos, são como que um empréstimo, já que não fazem parte do seu patrimônio existencial, devendo ser empregado tão-somente para o fim a que destina, na situação previamente bem definida - antes da reencarnação. "Encontramos, assim, nos palcos do mundo, sobre os quais se concentram os holofotes da fama, criaturas consideradas "de outro planeta", tal o deslumbre que causam suas realizações. "(...) Tais pessoas têm amparo de Seres Iluminados, mas, sem dúvida alguma, isto tanto pode decorrer de merecimento como se constituir em oportunidade provacional, ambas com vistas à sua evolução". (GENÉTICA E ESPIRITISMO, de Eurípedes Kühl).
O que é missão?- Missão é a incumbência, o encargo, a função ou o poder conferido a alguém para realizar algo. "Na codificação espírita, existem referências às missões de diferentes categorias, a iniciar pela de Allan Kardec, e outras missões, como a dos Espíritos, a dos homens de bem, a dos espíritas, a dos pais, a dos encarnados, etc". (O EVANGELHO SEG. O ESPIRITISMO, de Allan Kardec). Segundo Léon Denis, Emmanuel, André Luiz e outros Mentores Espirituais da Doutrina Espírita, este trabalho é planejado e executado a partir da erradicidade (Plano Espiritual) de modo permanente e contínuo, e sempre de acordo com o estágio evolutivo da Humanidade. Mas, sendo a Terra um planeta de provas e expiações, a maioria dos seres humanos que aqui reencarnam não vêm em missão, mas em prova ou expiação, isto é, para pagamento de débitos adquiridos aqui mesmo em vidas anteriores ou nesta mesma vida.
O que é Provação?- "Provação é o ato ou efeito de provar. A provação geralmente é sofrida por alguém, a fim de determinar se já possui condições de vencer as vicissitudes e percalços da vida. Por exemplo: a provação da pobreza, da riqueza, da saúde, da inteligência, etc. Não é necessariamente uma expiação, mas apenas uma situação a ser vivida pelo indivíduo, para saber se já é capaz de resolvê-la a contento". (2)
O que é Expiação?- "Ato ou efeito de expiar; castigo; penitência; cumprimento de pena. A expiação é o resultado do mau procedimento do indivíduo perante a Lei de Deus que está escrita na consciência de cada um. Funciona mais como uma corrigenda divina do que como castigo propriamente dito. O Espiritismo ensina que o culpado diante da consciência e de Deus pode expiar seus crimes na mesma existência em que cometeu o desatino ou em existência futura, quando terá chance de aproveitar melhor a lição que a vida lhe reserva. "(...) O certo é que Deus é Pai e Criador e não quer a destruição do pecador, mas a sua recuperação e a sua educação para a plenitude do existir com Ele. Na Natureza não há castigos nem recompensas, mas conseqüências". (DICIONÁRIO DE FILOSOFIA ESPÍRITA, de L.Palhano Jr).
O "Dogma" da Reencarnação- "Dogma de quase todas a religiões antigas, cada qual com a sua versão, a reencarnação vem a ser elevada à condição de Lei Universal pelo Espiritismo, como condição sine qua non para a evolução de todos os seres viventes. Trata-se da doutrina da pluralidade das existências corpóreas, do renascimento, das muitas vidas corpóreas sucessivas que um Espírito necessita para aprender e aperfeiçoar-se, tanto na Terra como em outros planetas habitados do Universo. "Reencarnar é o fenômeno natural no qual um Espírito volta à vida corporal por um novo nascimento pela via uterina. Nascer de novo num novo corpo, desde à concepção. Um Espírito pode reencarnar quantas vezes necessitar para o seu aprendizado e evolução, sem perder sua individualidade, mudando apenas de personalidade, porque, a cada encarnação, ele sofre a influência do novo corpo, do novo ambiente físico e sócio-cultural, da nova família dos amigos, etc." (DICIONÁRIO DE FILOSOFIA ESPÍRITA, de L. Palhano Jr). No túmulo de Allan Kardec consta a inscrição: "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, esta é a lei.
TEXTOS DOUTRINÁRIOS:Allan Kardec, em O CEU E O INFERNO, 1a parte, cap. VII, Código Penal da Vida Futura, artigo 16o, nos alerta: "O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação". Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas conseqüências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação." E acrescenta, no artigo 17o "O arrependimento pode dar-se por toda parte e em qualquer tempo; se for tarde, porém, o culpado sofre por mais tempo." Até que os últimos vestígios da falta desapareçam, a expiação consiste nos sofrimentos físicos e morais que lhe são conseqüentes, seja na vida atual, seja na vida espiritual após a morte, ou ainda em nova existência corporal. A reparação consiste em fazer o bem àqueles a quem se havia feito o mal. Quem não repara os seus erros numa existência, por fraqueza ou má vontade, achar-se-á numa existência ulterior em contacto com as mesmas pessoas que de si tiveram queixas, e em condições voluntariamente escolhidas, de modo a demonstrar-lhes reconhecimento e fazer-lhes tanto bem quanto mal lhes tenha feito. Nem todas as faltas acarretam prejuízo direto e efetivo; em tais casos a reparação se opera, fazendo-se o que se deveria fazer e foi descurado; cumprindo os deveres desprezados, as missões são preenchidas; praticando o bem em compensação ao mal praticado, isto é, tornando-se humilde se se tem sido orgulhoso, amável se se foi austero, caridoso se se tem sido egoísta, benigno se se tem sido perverso, laborioso se se tem sido ocioso, útil se se tem sido inútil, frugal se se tem sido intemperante, trocando em suma por bons os maus exemplos perpetuados. E desse modo progride o Espírito, aproveitando-se do próprio passado". NO LIVRO DOS ESPÍRITOS, Parte Quarta, Cap. II-Das Penas e Gosos Futuros, encontramos as questões seguintes: L.E. 978 - A lembrança das faltas que a alma, quando imperfeita, tenha cometido, não lhe turba a felicidade, mesmo depois de se haver purificado? - "Não, porque resgatou suas faltas e saiu vitoriosa das provas a que se submetera para esse fim". L.E. 983 - Não experimenta sofrimentos materiais o Espírito que expia suas faltas em nova existência? Será então exato dizer-se que, depois da morte, só há para a alma sofrimentos morais? "É bem verdade que, quando a alma está reencarnada, as tribulações da vida são-lhe um sofrimento; mas, só o corpo sofre materialmente". "Falando de alguém que morreu, costumais dizer que deixou de sofrer. Nem sempre isto exprime a realidade. Como Espírito, está isento de dores físicas; porém, tais sejam as faltas que tenha cometido, pode estar sujeito a dores morais mais agudas e pode vir a ser ainda mais desgraçado em nova existência. O mau rico terá que pedir esmola e se verá a braços com todas as privações oriundas da miséria; o orgulhoso, com todas as humilhações; o que abusa de sua autoridade e trata com desprezo e dureza os seus subordinados se verá forçado a obedecer a um superior mais ríspido do que ele o foi. Todas as penas e tribulações da vida são expiação das faltas de outra existência, quando não a conseqüência das da vida atual. Logo que daqui houverdes saído, compreendê-lo-eis. (273, 393 e 399)". "O homem que se considera feliz na Terra,porque pode satisfazer às suas paixões, é o que menos esforços emprega para se melhorar. Muitas vezes começa a sua expiação já nessa mesma vida de efêmera felicidade, mas certamente expiará noutra existência tão material quanto aquela". L.E. 984 - As vicissitudes da vida são sempre a punição das faltas atuais? "Não; já dissemos: são provas impostas por Deus, ou que vós mesmos escolhestes como Espíritos, antes de encarnardes, para a expiação das faltas cometidas em outra existência, porque jamais fica impune a infração das leis de Deus e, sobretudo, da lei de justiça. Se não for punida nesta existência, sê-lo-á necessariamente noutra. Eis por que um, que vos parece justo, muitas vezes sofre. É a punição do seu passado". (393). Também no EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Capítulo V, itens 8 e 9, encontramos esclarecimentos para este assunto: E.S.E. V, 8 - "As tribulações podem ser impostas a Espíritos endurecidos, ou extremamente ignorantes, para levá-los a fazer uma escolha com conhecimento de causa. Os Espíritos penitentes, porém, desejosos de reparar o mal que hajam feito e de proceder melhor, esses as escolhem livremente. Tal o caso de um que, havendo desempenhado mal sua tarefa, pede lha deixem recomeçar, para não perder o fruto de seu trabalho. As tribulações, portanto, são, ao mesmo tempo, expiações do passado, que recebe nelas o merecido castigo, e provas com relação ao futuro, que elas preparam. Rendamos graças a Deus, que, em sua bondade, faculta ao homem reparar seus erros e não o condena irrevogavelmente por uma primeira falta". E.S.E. V, 9 - "Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação." "Provas e expiações, todavia, são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não Isa ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta." "Tais são, especialmente, essas pessoas de instintos naturalmente bons, de alma elevada, de nobres sentimentos inatos, que parece nada de mau haverem trazido de suas precedentes existências e que sofrem, com resignação toda cristã, as maiores dores, somente pedindo a Deus que as possam suportar sem murmurar. Pode-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam queixas e impelem o homem à revolta contra Deus". "Sem dúvida, o sofrimento que não provoca queixumes pode ser uma expiação; mas, é indício de que foi buscada voluntariamente, antes que imposta, e constitui prova de forte resolução, o que é sinal de progresso". Bibliografia:1. O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, Edição FEB, Questões citadas;2. O EVANGELHO SEG. O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, Edição FEB, itens citados;3. O CÉU E O INFERNO, de Allan Kardec, Edição FEB, itens citados;4. GENÉTICA E ESPIRITISMO, de Eurípedes Kühl, Edição FEB;5. DICIONÁRIO DE FILOSOFIA ESPÍRITA, de L. Palhano Jr., Edições CELD, 1997.

REENCARNAÇÃO E OS LAÇOS DE FAMÌLIA


IX. REENCARNAÇÃO E OS LAÇOS DE FAMÍLIA
Porque nascemos em determinadas famílias?Conforme o "Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec, "Os Espíritos, cuja similitude de gostos, identidade do progresso moral e a afeição fazem com que se reúnam, formam famílias. Esses mesmos Espíritos, nas suas migrações terrestres, se procuram para se agruparem, como o fazem no espaço, nascendo daí as famílias unidas e homogêneas. Se, nas suas peregrinações, momentaneamente eles são separados, mais tarde se reencontram, felizes com os seus novos progressos. Porém, como não devem trabalhar somente para si mesmos, Deus permite que Espíritos menos adiantados venham encarnar entre eles, para receberem conselhos e bons exemplos, com vistas ao seu adiantamento. Muitas vezes, tais Espíritos tornam-se a causa de perturbações naquele meio, mas é isso que constitui a prova e a tarefa que os outros têm que desempenhar". (E.S.E. cap. XIV, final do item 9).No capítulo IV, do mesmo livro, lemos que: "Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como o pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O princípio oposto, sim, os destrói. No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até, uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui se reunir numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento. Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos têm avançado um passo na senda do aperfeiçoamento. Cada vez menos presos à matéria, mais viva se lhes torna a afeição recíproca, pela razão mesma de que, mais depurada, não tem a perturbá-la o egoísmo, nem as sombras das paixões. Podem, portanto, percorrer, assim, ilimitado número de existências corpóreas, sem que nenhum golpe receba a mútua estima que os liga."Está bem visto que aqui se trata de afeição real, de alma a alma, única que sobrevive à destruição do corpo, porquanto os seres que neste mundo se unem apenas pelos sentidos nenhum motivo têm para se procurarem no mundo dos Espíritos. Duráveis somente o são as afeições espirituais; as de natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem. Ora, semelhante causa não subsiste no mundo dos Espíritos, enquanto a alma existe sempre. No que concerne às pessoas que se unem exclusivamente por motivo de interesse, essas nada realmente são umas para as outras: a morte as separa na Terra e no céu". (Item 18).A seguir, Kardec nos fala da simpatia que aproxima as pessoas na família: "A união e a afeição que existem entre as pessoas parentes são um índice da simpatia anterior que as aproximou. Daí vem que, falando-se de alguém cujo caráter, gostos e pendores nenhuma semelhança apresentam com os dos seus parentes mais próximos, se costuma dizer que ela não é da família. Dizendo-se isso, enuncia-se uma verdade mais profunda do que se supõe. Deus permite que, nas famílias, ocorram essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns e, para outros, de meio de progresso. Assim, os maus se melhoram pouco a pouco, ao contacto dos bons e por efeito dos cuidados que se lhes dispensam. O caráter deles se abranda, seus costumes se apuram, as antipatias se esvaem. É desse modo que se opera a fusão das diferentes categorias de Espíritos, como se dá na Terra com as raças e os povos". (Item 19).Kardec também esclarece que "o temor de que a parentela aumente indefinidamente, em conseqüência da reencarnação, é de fundo egoístico: prova, naquele que o sente, falta de amor bastante amplo para abranger grande número de pessoas. Um pai, que tem muitos filhos, ama-os menos do que amaria a um deles, se fosse único? Mas tranqüilizem-se os egoístas: não há fundamento para semelhante temor. Do fato de um homem ter tido dez encarnações, não se segue que vá encontrar, no mundo dos Espíritos, dez pais, dez mães, dez mulheres e um número proporcional de filhos e de parentes novos. Lá encontrará sempre os que foram objeto da sua afeição, os quais se lhe terão ligado na Terra, a títulos diversos, e, talvez, sob o mesmo título". (Item 20).Quanto às conseqüências da doutrina anti-reencarnacionista, Kardec esclarece: "Ela, necessariamente, anula a preexistência da alma. Sendo estas criadas ao mesmo tempo em que os corpos, nenhum laço anterior há entre elas, que, nesse caso, serão completamente estranhas umas às outras. O pai é estranho a seu filho. A filiação das famílias fica assim reduzida à só filiação corporal, sem qualquer laço espiritual. Não há então motivo algum para quem quer que seja glorificar-se de haver tido por antepassados tais ou tais personagens ilustres. Com a reencarnação, ascendentes e descendentes podem já se terem conhecido, vivido juntos, amado, e podem reunir-se mais tarde, a fim de apertarem entre si os laços de simpatia". (Item 21)."Com a reencarnação e o progresso a que dá lugar, todos os que se amaram tornam a encontrar-se na Terra e no espaço e juntos gravitam para Deus. Se alguns fraquejam no caminho, esses retardam o seu adiantamento e a sua felicidade, mas não há para eles perda de toda esperança. Ajudados, encorajados e amparados pelos que os amam, um dia sairão do lodaçal em que se enterraram. Com a reencarnação, finalmente, há perpétua solidariedade entre os encarnados e os desencarnados, e, daí, estreitamento dos laços de afeição". (Item 22).
A Parentela Corporal e a EspiritualAinda segundo Allan Kardec: "Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir". "Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação."Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então se atrair, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consangüíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências. (Ver Cap. IV, n.13)."Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente já na existência atual". (E.S.E., cap. XIV, item 8). Bibliografia:1. O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, de Allan Kardec, Edição FEB, capítulos e itens citados.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO


Fora da caridade não há salvação.

Claro que já ouviste isso.

Se frequentaste alguma casa espirita.

Já ouviste falar.


Porém e praticar isso?

Vamos praticar o

fora da caridade não há salvação.


No trabalho,

onde ganhamos o nosso pão de cada dia.

Em nosso lazer,

com os nossos colegas de atividade.

Em nossa casa espíritas,

com os trabalhadores da casa.


Enfim, em pensamentos,

atos e ações.


E para isso.

Jesus Cristo, o Mestre.

A boa nova como roteiro

E a nossa parte pratica.


Lendo os livros básicos

da doutrina dos espíritos.

Fazendo a divulgação,

da doutrina dos espíritos.


Para que muitos comecem a entender e

começar pelo certo.

Sim, fora da caridade

não há salvação.

Vivemos no mundo.


Aproveitemos a oportunidade e

façamos

a maior caridade.


A caridade da divulgação

dos princípios espíritas.

Pois semearemos sempre e

colheremos sempre.


Semeamos a luz

para que a luz seja irradiada

por todo o orbe.

Muita Paz.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

ZIBIA GASPARETTO


Zibia Gasparetto: Vocação irresistível de ajudar os outros

Rio - Minha mãe contava que eu fui uma criança saudável, mas de vez em quando ficava indisposta, febril, chorosa. Ela me levava a uma benzedeira que suspeitava de “quebranto”.

Para testar, a mulher pegava um prato fundo com água e pingava algumas gotas de óleo: se elas se misturassem, esse mal era confirmado. Então, ela começava o benzimento, fazendo sua reza enquanto bocejava sem parar.

A melhora era imediata. Eu saía de lá sem febre, bem disposta, pedindo comida. Esse fato se repetiu durante meus primeiros anos.

Depois melhorou, e só reapareceu mais tarde, quando meu sexto sentido se abriu e precisei estudar os fenômenos naturais da mediunidade.

Na primeira infância,a criança é totalmente dependente dos pais e fica sujeita ao estado de humor deles, captando suas energias, que influenciam sua saúde, dependendo do grau de sensibilidade que ela tiver.

Os benzedores são homens ou mulheres comuns e atuam de várias formas. Agem intuitivamente, com naturalidade, não se concentram, nem misturam religião.

Alguns usam ervas, cruz e outros objetos. Geralmente, contam que herdaram o Dom de um parente que lhe ensinou as rezas.

O interessante é que o benzimento funciona.

Anos atrás, tive erisipela na perna esquerda, que avermelhou e ardia muito. O médico receitou antibióticos fortes, banhos com permanganato de potássio, tratamento que fiz por mais de uma semana e foi ficando pior.

— Erisipela só cura com benzimento. Procure uma o quanto antes — sugeriu uma amiga.

No momento eu não conhecia nenhuma, mas meu filho lembrou-se de D. Isaura, nossa conhecida e mãe de um amigo dele. Ela veio no mesmo dia, disse que o caso estava grave porque eu demorei para pedir ajuda. Na hora, deixei de lado os remédios e ela começou a benzer. Durante uma semana ela benzeu minha perna. A cada benzimento eu melhorava um pouco até que sarei completamente.

É difícil entender esses fatos. Mas há pessoas que possuem qualidades especiais, que aparecem junto com uma vocação irresistível de ajudar os outros. Parece que a natureza, que é perfeita, programou a vida de tal forma que ninguém fique sem socorro. Há médiuns de cura que realizam cirurgias espirituais, curando os que podem, confortando e aliviando as dores dos incuráveis.

A sabedoria dos pagés vale-se de recursos da natureza para curar os que vivem distantes da civilização.

Ninguém está só. Nos momentos de dificuldade, sempre aparece uma mão amiga, um coração solidário, com vocação de ajudar. É a programação divina que tudo prevê e age manipulando o socorro no momento certo.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

OBRAS BÁSICAS DA DOUTRINA ESPÍRITA


Obras Básicas

A seguir, temos uma breve apresentação das Obras Básicas da Doutrina Espírita, codificadas por Allan Kardec:

1. O LIVRO DOS ESPÍRITOS (publicado em 18 de abril de 1857)



Este é o livro básico da Filosofia Espírita. Nele estão contidos os princípios fundamentais do Espiritismo, tal como foram transmitidos pelos Espíritos Superiores a Allan Kardec, através do concurso de diversos médiuns. Seu conteúdo é apresentado em 4 partes. Das causas primárias. Do mundo espírita ou dos espíritos. Das Leis Morais e das esperanças e consolações.

Eis alguns dos assuntos de que trata: prova da existência de Deus, Espírito e Matéria, formação dos mundos e dos seres vivos, povoamento da Terra, pluralidade dos mundos, origem e natureza dos Espíritos, perispírito, objetivos da encarnação, sexo dos Espíritos, percepções, sensações e sofrimentos dos Espíritos, aborto, sono e sonhos, influência do Espíritos nos acontecimentos da vida, pressentimento, Espíritos protetores e outros temas de real interesse ao homem atual.

Na parte relativa às Leis Morais, os temas versam sobre o bem e o mal, a prece, necessidade de trabalho, casamento, celibato, necessário e supérfluo, pena de morte, influência do Espiritismo no Progresso da Humanidade, desigualdades sociais, igualdade de direitos do homem e da mulher, livre-arbítrio e conhecimento de si mesmo.

E, finalmente, na última parte, refere-se aos temas: perdas de entes queridos, temor da morte, suicídio, natureza das penas e gozos futuros, Paraíso, Inferno e Purgatório.

É um livro que abre novas perspectivas ao homem, pela interpretação que dá aos diversos aspectos da vida, sob o prisma das Leis Divinas, da existência e sobrevivência do Espírito e sua evolução natural e permanente, através de reencarnações sucessivas.

Seus ensinamentos conduzem o homem atual à redescoberta de si mesmo, no campo do espírito, fornecendo-lhes recursos para que compreenda, sem mistério, que é, de onde veio e para onde vai.

2. O LIVRO DOS MÉDIUNS (publicado em janeiro de 1861)



Este livro reúne o ensino especial dos Espíritos Superiores sobre a explicação de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com os espíritos, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os tropeços que eventualmente possam surgir na prática mediúnica.

É constituído de duas partes: Noções preliminares e Das manifestações espíritas.

Dentre os vários assuntos que aborda, destacam-se: provas da existência dos Espíritos, o maravilhoso e o sobrenatural, modos de ser e proceder com os materialistas, três classes de espíritos, ordem a que devem obedecer os estudos espíritas: a ação dos Espíritos sobre a matéria, manifestações inteligentes, as mesas girantes, manifestações físicas, visuais, bicorporeidade, psicografia, laboratório do mundo invisível, ação curadora, lugares assombrados (com comentários sobre o exorcismo) tipos de médiuns e sua formação, perda e suspensão da mediunidade, inconvenientes e perigos da mediunidade, a influência do meio e da moral do médium nas comunicações espíritas, mediunidade nos animais, obsessão e meios de a combater, trata também de assuntos referentes à identidade dos Espíritos, às evocações de pessoas vivas, à telegrafia humana, além de vários temas intimamente relacionados com o Espiritismo experimental.


Não menos importante são os capítulos dedicados às reuniões nas sociedades espíritas, ao regulamento oficial da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritos e ao Vocabulário Espírita.

Como se observa, o Livro dos Médiuns é a obra básica da Ciência Espírita, graças a ele, o espiritismo firmou-se como Ciência Experimental.

Embora publicado há mais de 100 anos, seu conteúdo é atual, seus ensinamentos permitem ao leitor estabelecer relações evidentes da Ciência Espírita com várias conquistas científicas da atualidade.

3. O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO (publicado em abril de 1864)



Enquanto o Livro dos Espíritos apresenta a Filosofia Espírita e O Livro dos Médiuns a Ciência Espírita, O Evangelho Segundo o Espiritismo oferece a base e o roteiro da Religião Espírita.


Logo na introdução deste livro, o leitor encontrará as explicações de Kardec sobre o objetivo da obra, esclarecimentos sobre a autoridade da Doutrina espírita, a significação de muitas palavras freqüentemente empregadas nos textos evangélicos, a fim de facilitar a compreensão do leitor para o verdadeiro sentido de certas máximas do Cristo, que a primeira vista podem parecer estranhas.


Ainda na introdução, refere-se a Sócrates e a Platão como precursores da Doutrina Cristã e do Espiritismo.


O Evangelho Segundo o Espiritismo compõe-se de 28 capítulos, 27 dos quais dedicados à explicação das máximas de Jesus, sua concordância com o Espiritismo e a sua aplicação às diversas situações da vida.


O último capítulo apresenta uma coletânea de preces espíritas sem entretanto constituir um formulário absoluto, mas uma variante dos ensinamentos dos Espíritos e Verdade.


Os ensinamentos que contém são adaptáveis a todas as pátrias, comunidades e raças. É o código de princípios morais do Universo, que restabelece o ensino do Evangelho de Jesus, no seu verdadeiro sentido, isto é, em Espírito e Verdade.

Sua leitura e estudo são imprescindíveis aos espíritas e a todos que se preocupam com a formação moral das criaturas, independente de crença religiosa.


É fonte inesgotável de sugestões para a construção de um Mundo de Paz e Fraternidade.

4. O CÉU E O INFERNO (publicado em agosto de 1865)



Denominado também "A Justiça Divina Segundo o Espiritismo", este livro oferece o exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual.


Na primeira parte, são expostos vários assuntos: causas do temor da morte, porque os espíritas não temem a morte, o céu, o inferno, o inferno cristão imitado do pagão, os limbos, quadro do inferno pagão, esboço do inferno cristão, purgatório, doutrina das penas eternas, código penal da vida futura, os anjos segunda a igreja e o Espiritismo, aborda também vários pontos relacionados com a origem da crença dos demônios, segundo a igreja e o Espiritismo, intervenção dos demônios nas modernas manifestações, a proibição de evocar os mortos.


A segunda parte deste livro é dedicada ao Pensamento; Kardec reuniu várias dissertações de casos reais, a fim de demonstrar a situação da alma, durante e após a morte física, proporcionando ao leitor amplas condições para que possa compreender a ação da Lei de Causa e Efeito, em perfeito equilíbrio com as Leis Divinas; assim, constam desta parte, narrações de espíritos infelizes, espíritos em condições medianas, sofredores, suicidas, criminosos e espíritos endurecidos.


O Céu e o Inferno coloca ao alcance de todos os conhecimentos do mecanismo pelo qual se processa a Justiça Divina, em concordância com o princípio evangélico: "A cada um segundo suas obras".

5. A GÊNESE, OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES SEGUNDO O ESPIRITISMO (publicado em janeiro de 1868)




"Esta nova obra, esclarece Kardec, é mais um passo no terreno das conseqüências e das aplicações do Espiritismo. Conforme seu título o indica, ela tem por objeto o estudo dos três pontos, até agora, diversamente interpretados e comentados: a Gênese, os Milagres e as Predições, em suas relações com as novas leis decorrentes da observação dos fenômenos espíritas."


Assim, em seus 18 capítulos, destacam-se os temas: caráter da revelação Espirita, existência de Deus, origem do bem e do mal, destruição dos seres vivos uns pelos outros, refere-se também a uranografia geral, com várias explicações sobre as leis naturais, a criação e a vida no Universo, a formação da Terra, o dilúvio bíblico e os cataclismos futuros, em seguida apresenta interessante estudo sobre a formação primária dos seres vivos, o princípio vital, a geração espontânea, o homem corpóreo e a união do princípio espiritual à matéria.


No tocante as milagres, expõe amplo estudo, no sentido teológico e na interpretação espírita; faz vários comentários sobre os fluidos, sua natureza e propriedades, relacionando-se com a formação do perispírito, e, ao mesmo tempo, com a causa de alguns fatos tidos como sobrenaturais.


Desta forma, dá explicação de vários "milagres" contidos nos Evangelhos, entre eles, O cego de Betsaida, os dez leprosos, o cego de nascença, o paralítico da piscina, Lázaro, Jesus caminhando sobre as águas. A multiplicação dos pães e outros.

Posteriormente, expõe a teoria da Presciência e as Predições do Evangelho, esclarecendo suas causas, à luz da Doutrina Espírita.


Finalizando este livro apresenta um capítulo intitulado "São chegados os tempos", no qual aborda a marcha progressiva do Globo, no campo físico e moral, impulsionada pela Lei do Progresso.

Com este livro completa-se o conjunto das Obras Básicas da Codificação Espírita, também denominado "Pentateuco Kardequiano".

6. OBRAS PÓSTUMAS (publicado em 1890)



Este livro foi publicado somente 21 anos após a desencarnação de Allan Kardec.

Obras Póstumas apresenta vários trabalhos do mestre que nunca haviam aparecido em livro. Na verdade, a maioria já havia sido publicada na Revista Espírita, logo após o seu desencarne, como pode ser verificado consultando o volume da coleção correspondente ao ano de 1869.

Constam dele a biografia de Allan Kardec (transcrita da Revista Espírita de maio de 1869) e o discurso de Camille Flammarion, pronunciado junto ao túmulo de Allan Kardec. Ao lado das obras da Codificação Espírita que formam o "Pentateuco Kardequiano", Obras Póstumas constituí valiosa contribuição ao esclarecimento de vários temas fundamentais do Espiritismo, como: Deus, a alma, a criação, caracteres e conseqüências religiosas das manifestações dos espíritos, o perispírito como princípio das manifestações, manifestações visuais, transfiguração, emancipação da alma, aparição de pessoas vivas, bi-corporeidade, obsessão e possessão, segunda vista, conhecimento do futuro, introdução ao estudo da fotografia e da telegrafia do pensamento.

Allan Kardec apresenta vasto estudo sobre a natureza do Cristo, sob vários ângulos e incorpora a este estudo a opinião dos apóstolos e a predição dos profetas, com relação a Jesus.

Paralelamente trata também da teoria da beleza, estendendo os comentários à música celeste, à música espírita e encerra a primeira parte deste livro, com a exposição do tema "As alternativas da Humanidade".

Na segunda parte relata, com detalhes, sua iniciação no Espiritismo, a revelação de sua missão, a identificação de seu Guia espiritual, além de outros fatos relacionados a acontecimentos pessoais.

Complementando, faz a apresentação da "Constituição do Espiritismo", destacando a necessidade de se estabelecer uma Comissão Central para orientar o desenvolvimento doutrinário.


É oportuno salientar que desta Constituição nasceu o Movimento de Unificação dos Espíritas do Estado de São Paulo, que vem sendo coordenado pela USE-SP - União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo desde sua fundação, em 1947.


Este livro representa o testamento doutrinário de Allan Kardec.

7.OUTRAS OBRAS

Além das Obras Básicas da Codificação Espírita, Allan Kardec contribuiu com outros livros básicos de iniciação doutrinária, como:

A obsessão;

Catálogo racional para a criação de uma biblioteca espírita;

Instruções práticas sobre as manifestações espíritas;

• O espiritismo em sua mais simples expressão;

O que é o espiritismo;

• Resumo da lei dos fenômenos espíritas;

Revista espírita, “jornal” que esteve sob sua direção por 12 anos;

Viagem espírita em 1862.

Fonte principal: material da campanha Comece pelo Começo, da USE-SP (União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo)