sábado, 25 de julho de 2009

A ALMA APÓS A MORTE


A Alma Após a Morte

149. Que sucede à alma no instante da morte?

- Volta a ser Espírito, isto é, volve ao mundo dos Espíritos, donde se apartara momentaneamente.


150. A alma, após a morte, conserva a sua individualidade?


- Sim; jamais a perde. Que seria ela, se não a conservasse?



a) - Como comprova a alma a sua individualidade, uma vez que não tem mais corpo material

- Continua a ter um fluido que lhe é próprio, haurido na atmosfera do seu planeta, e que guarda a aparência de sua última encarnação: seu perispírito.

b) - A alma nada leva consigo deste mundo?



- Nada, a não ser a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor, lembrança cheia de doçura ou de amargor, conforme o uso que ela fez da vida. Quanto mais pura for, melhor compreenderá a futilidade do que deixa na Terra.


151. Que pensar da opinião dos que dizem que após a morte a alma retorna ao todo universal?


- O conjunto dos Espíritos não forma um todo? Não constitui um mundo completo? Quando estás numa assembléia, és parte integrante dela; mas, não obstante, conservas sempre a tua individualidade.


152. Que prova podemos ter da individualidade da alma depois da morte?


- Não tendes essa prova nas comunicações que recebeis? Se não fôsseis cegos, veríeis; se não fôsseis surdos, ouviríeis; pois que muito amiúde uma voz vos fala, reveladora da existência de um ser que está fora de vós.



Os que pensam que, pela morte, a alma reingressa no todo universal estão em erro, se supõem que, semelhante à gota d’água que cai no Oceano, ela perde ali a sua individualidade. Estão certos, se por todo universal entendem o conjunto dos seres incorpóreos, conjunto de que cada alma ou Espírito é um elemento.


Se as almas se confundissem num amálgama só teriam as qualidades do conjunto, nada as distinguiria uma das outras. Careceriam de inteligência e de qualidades pessoais quando, ao contrário, em todas as comunicações, denotam ter consciência do seu eu e vontade própria. A diversidade infinita que apresentam, sob todos os aspectos, é a conseqüência mesma de constituírem individualidades diversas. Se, após a morte, só houvesse o que se chama o grande Todo, a absorver todas as individualidades, esse Todo seria uniforme e, então, as comunicações que se recebessem do mundo invisível seriam idênticas. Desde que, porém, lá se nos deparam seres bons e maus, sábios e ignorantes, felizes e desgraçados; que lá os há de todos os caracteres: alegres e tristes, levianos e ponderados, etc., patente se faz que eles são seres distintos.



A individualidade ainda mais evidente se torna, quando esses seres provam a sua identidade por indicações incontestáveis particularidades individuais verificáveis, referentes às suas vidas terrestres, Também não pode ser posta em dúvida, quando se fazem visíveis nas aparições. A individualidade da alma nos era ensinada em teoria, como artigo de fé. O Espiritismo a torna manifesta e, de certo modo, material.


153. Em que sentido se deve entender a vida eterna?



- A vida do Espírito é que é eterna; a do corpo é transitória e passageira. Quando o corpo morre, a alma retoma a vida eterna.

a) Não seria mais exato chamar vida eterna à dos Espíritos puros, dos que, tendo atingido a perfeição, não estão sujeitos a sofrer mais prova alguma?

- Essa é antes a felicidade eterna. Mas isto constitui uma questão de palavras. Chamai as coisas como quiserdes, contanto que vos entendais.

Cópia de O Livro dos Espíritos, de Allan Karde

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