sexta-feira, 25 de junho de 2010

MEDIUNIDADE


MEDIUNIDADE
Allan Kardec apropriou-se da expressão latina "médium", que significa "intermediário ou meio", para designar aquelas pessoas portadoras da faculdade mediúnica, ou seja, indivíduos capazes de colocarem em contato mais direto os dois planos de vida - o plano dos encarnados e dos desencarnados.
O médium, pelo fato de ser portador de certos recursos orgânicos, torna-se a ponte, o meio, o intermediário entre os Espíritos e os homens.
Segundo Kardec:
"Todo aquele que sente, num grau qualquer a influência dos Espíritos, é, por esse motivo, médium."
Lembra, ainda o Codificador, que:
"Esta faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuem alguns rudimentos."
No entanto, Kardec orienta para que se reserve a expressão "médium" apenas para aquelas pessoas em quem a:"Faculdade mediúnica se mostre bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade."
TIPOS DE MÉDIUNS
Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para um dos diversos tipos de fenômenos mediúnicos. Portanto, com relação ao tipo de fenômeno produzido, os médiuns podem ser classificados em vários tipos:
a) Médiuns de Efeitos Físicos: são particularmente aptos a produzir fenômenos materiais, como os movimentos de corpos inertes ou ruídos, materialização de Espíritos, etc. Foram muito comuns no passado e tinham a finalidade de chamar a atenção para os fenômenos espíritas, mas hoje, são cada vez menos freqüentes;
b) Médiuns Falantes ou Psicofônicos: permitem a comunicação dos Espíritos através da fala;
c) Médiuns Escreventes ou Psicógrafos: permitem a comunicação dos Espíritos através da escrita;
d) Médiuns Audientes: ouvem os Espíritos;
e) Médiuns Videntes: vêem os Espíritos;
f) Médiuns Intuitivos: captam o pensamento dos Espíritos;
g) Médiuns de Desdobramento: são capazes de se afastarem de seu corpo físico e desenvolverem atividades espirituais;
h) Médiuns de Cura: são capazes de aliviar ou curar doenças pela prece ou pela imposição das mãos;
i) Médiuns Psicômetras: são aptos a detectar a vibração existente em objetos e locais.
OBJETIVOS DA MEDIUNIDADE
A comunicabilidade dos Espíritos com os encarnados não é um fato recente, mas antiquíssimo, com a única diferença que, no passado, era apanágio dos chamados iniciados e na atualidade, com o advento do Espiritismo, tornou-se fenômeno generalizado a todas as camadas sociais.
Segundo a Doutrina Espírita, as principais finalidades da comunicabilidade dos Espíritos são:
a) Esclarecimento, Instrução e Orientação aos Homens: Lembra Kardec, que a mediunidade assume hoje o papel que assumiram, no passado, duas grandes descobertas, o telescópio e o microscópio. O primeiro deveria fornecer ao homem informações concernentes ao macrocosmo e ao segundo detalhar, o mundo infinitamente pequeno, o microcosmos. Cabe a mediunidade estudar o Psicocosmo, o mundo dos Espíritos. Assim sendo, através da faculdade mediúnica, os benfeitores da humanidade, vivendo no plano dos desencarnados, poderão veicular informações importantes relacionadas ao nosso progresso intelecto-moral;
b) Socorro a Espíritos em sofrimento: muitos indivíduos ao desencarnarem, por não terem desenvolvido uma consciência de eternidade, encontram dificuldades na sua adaptação ao mundo extra-físico. Ansiedade, medo, sofrimentos morais diversos, perturbação, inconsciência da morte podem ser identificados em muitos desencarnados. A prática mediúnica é um dos recursos utilizados pela Espiritualidade Maior para socorrer e assistir a estes Espíritos;
c) Contribuir no aprimoramento moral do médium: aprendemos com a Doutrina Espírita que a faculdade mediúnica por si só não basta. O importante está na conduta moral daquele que é seu portador. Porque na base do intercâmbio espiritual está a lei de sintonia que diz que cada um será assistido por Espíritos em afinidade com seus sentimentos e suas emoções;
Achando-se a mente na estrutura de todas as manifestações mediúnicas, torna-se imprescindível ao medianeiro enriquecer o pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais.
EXERCÍCIO DA MEDIUNIDADE
"Restitui a saúde dos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido."
Foi esta a recomendação de Jesus a seus discípulos, com isto querendo dizer que ninguém deveria utilizar-se da faculdade mediúnica em benefício próprio, que jamais fizesse dela objeto de comércio nem de especulação e nem de meio de vida.
Esta orientação dada por Jesus continua muito atual, porque a mediunidade evangelizada jamais poderá transformar-se em profissão ou fonte de renda.
Deve-se compreender que a mediunidade só existe pelo concurso dos Espíritos, portanto, deve ser mobilizada em benefício do próximo como recursos que nos oferece a Divindade de darmos a nossa cota de colaboração na regeneração da humanidade.
O médium moralizado, que encontra na vivência evangélica a conduta de vida, é uma pessoa de bem, que procura ser humilde, sincero, paciente, perseverante, bondoso, estudioso e trabalhador. Cumpre o mandato mediúnico com amor.
No exercício da mediunidade com Jesus, isto é, na perfeita aplicação dos seus valores a benefício da criatura, em nome da caridade, é que o ser atinge a plenitude das suas funções e faculdades convertendo-se em celeiros de bênção, semeador da saúde espiritual e da paz nos diversos terrenos da vida humana.
INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS EM ATOS E PENSAMENTOS
A influência dos Espíritos sobre os nossos pensamentos e atos é tão grande que "muito freqüentemente são eles que vos dirigem." [LE-qst 459]
Esta influência pode ser boa ou má, fugaz ou duradoura e se estabelece através de uma corrente mental. O Espírito identifica o seu pensamento com o nosso e vai introduzindo em nosso campo mental as suas idéias, sugestões e emoções.
É fundamental a compreensão de que esta influenciação só se concretiza através da sintonia mental, estando o Espírito e o encarnado em condições morais equivalentes.
Lembram os autores espíritas que pensar é vibrar, é entrar em relação com o universo espiritual que nos envolve, e, conforme a espécie das emissões mentais de cada ser, elementos similares se lhe imanizarão, acentuando-lhes as disposições e cooperando com ele em seus esforços ascensionais ou em suas quedas e deslizes.
Quando Kardec perguntou aos Espíritos [LE-qst 467] se o homem poderia se afastar da influência dos Espíritos que os incitam ao mal, elas responderam:
"Sim, porque eles só se ligam aos que os solicitam por seus desejos ou os atraem por seus pensamentos."
A influência dos Espíritos sobre o homem vai depender também da natureza desses Espíritos.
Os Espíritos infelizes, de mente ultrajada, misturam-se em nossas atividades comuns, perambulam no ninho doméstico, participam das conversações, seguem com os comensais, de quem muitas vezes se irmanizam em processos de dependência mútua. Perturbam-se e perturbam; sofrem e fazem sofrer; odeiam e geram ódios; amesquinhados em si mesmos, amesquinham os outros; infelicitados, infelicitam.
Já a ação dos Espíritos superiores é outra. Os bons Espíritos só aconselham para o bem, suscitam bons pensamentos, desviam os homens da senda do mal, protegem na vida os que se lhes mostram dignos de proteção e neutralizam a influência dos Espíritos imperfeitos.
Podemos observar pelo exposto, que muitos pensamentos que povoam a nossa mente não têm origem em nós mesmos, mas sim em entidades desencarnadas. Disseram os Espíritos [LE-qst 460]:
"Vossa alma é um Espírito que pensa; não ignorais que muitos pensamentos vos ocorrem, a um só tempo, sobre o mesmo assunto e freqüentemente bastante contraditórios. Pis bem: nesse conjunto há sempre os vossos e os nossos, e é isso o que vos deixa na incerteza, porque tendes em vós duas idéias que se combatem."
Com relação à maneira de distinguirmos o nosso pensamento do pensamento estranho, as entidades disseram [LE-qst 461]:
"Quando um pensamento vos é sugerido, é como uma voz que vos fala. Os pensamentos próprios são, em geral, os que vos ocorrem no primeiro impulso. De resto, não há grande interesse para vós essa distinção, e é freqüentemente útil não o saberdes: o homem age mais livremente; se decidir pelo bem, o fará de melhor vontade; se tomar o mau caminho, sua responsabilidade será maior."
Observamos então que os Espíritos só têm o poder que nós lhes damos, pois só conseguem atuar em nós se nos encontrarem em situação favorável, seja positiva, no caso dos bons Espíritos, ou negativa, em se referindo às entidades infelizes.
Para neutralizar a influência dos maus Espíritos, Kardec orienta:
"Fazendo o bem e colocando a vossa confiança em Deus, repelis a influência dos Espíritos inferiores e destruís o império que desejam ter sobre vós." [LE-qst 469]
Bibliografia
1) O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
2) O Livro dos Médiuns - Allan Kardec
Apostila Original: Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora

Um comentário:

Lidia disse...

Que belo blog sobre o espiritismo,parabens mto claro e simples ao entender,bjsss!!!