quarta-feira, 27 de maio de 2009

AVISOS DA CRIAÇÃO




A Presença Divina constitui verdade perene.
Até o silêncio da pedra fala em Deus.

O Universo repousa na disciplina.
O labirinto da selva revela ordem em cada pormenor.

Em a Natureza, tudo pede compreensão e respeito.
O deserto é o cadáver do mar.

Há sabedoria em todas as coisas.
Embora sem tato, a trepadeira sabe encontrar apoio; não obstante sem visão, o girassol descobre sempre o astro rei.

Em tudo existe a feição boa.
As nuvens mais sombrias refletem a luz solar.

Eternidade significa aprimoramento contínuo de repetições. Sem recapitular movimentos, a Terra desagregar-se-ia.

A fé construtiva não teme a adversidade.
O penhasco no dilúvio é ponto de segurança.

A obediência não dispensa a firmeza.
Humilhada e submissa, a água se amolda a qualquer recipiente, mas, resoluta e perseverante, atravessa o rochedo.

Toda empresa solicita cultura e prática.
Inexperiente, o homem vivo naufraga no bojo das águas; adaptado, o lenho morto navega na superfície do mar.

O aspecto exterior nem sempre denuncia a realidade.
O vento, supostamente vadio, trabalha na função de cupido das flores.

Volume não expressa valor.
Apesar de pequenina, a semente é gota de vida.

A palavra feliz constrói invariavelmente.
Na linguagem do pássaro, todo som faz melodia.

Valor e humildade são expressões de inteligência sublime.
Se o cume mais alto recebe a chuva em primeiro lugar, o vale mais baixo recolhe, ao fim, a maior parte da água.

Para revelar-se, o bem não exige trombeta.
Conquanto invisível, a onda de perfume, muita vez, nutre e refaz.

No campo da evolução, a paz é conquista inevitável da criatura.
A escarpa de hoje será planície amanhã.

ANDRÉ LUIZ
(O Espírito da Verdade, 10, FEB)

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