sexta-feira, 29 de maio de 2009

RENASCENDO


Cristina se viu andando pelo acostamento de uma estrada. O que estaria fazendo ali? Tudo estava nebuloso em sua mente. Onde estaria sua família, seu marido e seus filhos?

Desejou vê-los. E como se o pensamento fosse um desejo para ser cumprido de imediato, Cristina no mesmo instante estava em outro lugar e ficou chocada com o que viu: seu carro caído fora da estrada e muito danificado, mas não viu ninguém dentro. Onde estariam todos, pensou assustada.

- Meus filhos, onde estão eles? Falou alto para si mesma.

O cenário a sua frente modificou-se novamente. Pôde ver seus dois filhos sendo levados por policiais rodoviários em perfeito estado físico, mas assustados.

Um desespero começou a percorrer todo o seu ser, o que aconteceu? Um acidente? Não se lembrava de nada.

- Por que vejo os meus filhos e eles não me vêem? Pensava desesperadamente. Será que morri? Mas estou me sentindo viva, como pode ser isso?

Cristina notou que se quisesse não precisava andar para se locomover, além de se deslocar com a força do pensamento, também poderia ficar no alto, sentiu-se levitando e voando sobre a estrada. Uma sensação de solidão e dor pela saudade de sua família se fez intensamente em seu coração.

Naquela manhã, Cristina, seu marido e seus dois filhos menores saíram para uma viagem de passeio, mas a chuva forte fez com que, numa curva o carro ficasse desgovernado, saindo da estrada de caindo num declive até bater fortemente em uma árvore, tirando na hora a vida de Cristina e ferindo seu marido. Os filhos, no banco de trás, nada sofreram, protegidos pelo cinto de segurança.

No tempo terreno, havia transcorrido oito anos. A saudade de Cristina ainda se fazia forte. Seu marido e os filhos guardavam no coração o especial amor da esposa e mãe. Paulo acabou conhecendo uma nova companheira, embora sua esposa falecida ainda fosse e seria sempre única em amor.

Numa cidade espiritual, Cristina luta por rever seus filhos, a separação não fora aceita por seu coração materno dedicado. Dirigindo a uma pessoa que atendia a várias pessoas numa fila, Cristina fala:

- Quero ver meus filhos, como eu faço?

- Agora não é mais possível – disse bondosamente a mulher – você desencarnou, está em outra dimensão.

- Não quero saber, quero vê-los novamente – insistia Cristina, fiel ao amor existente em seu coração especial.

- Cristina – falou a atendente – você está próxima de encarnar novamente. Precisa pegar aquele veículo parado na praça. Você será levada para um lugar, para ser preparada para a sua nova vida.

Sem entender todo aquele cenário, vez que na Terra pertencera a uma religião Evangélica, Cristina seguiu em direção ao veículo como que automatizada. Entrou num tipo de ônibus, meio carro, meio avião. Alguns minutos depois ele levanta e voa levando diversos passageiros para um destino desconhecido...

Havia passado nove anos desde aquele trágico dia, a nova esposa de Paulo, estava nos últimos dias para dar a luz a sua primeira filha. Cristina estava voltando por seu intenso desejo de reencontrar as pessoas que tanto amou aqui na Terra. Agora seria filha de seu ex-marido e irmãos de seus filhos.

Numa manhã de sol radiante, Cristina renasceu bela e sadia, sendo recebido com grandioso amor por sua nova/antiga família.

Tudo foi permitido pelo céu porque o amor é a maior força de atração entre os seres, ligando-os eternamente

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